Mateus 12:5 não aboliu o sábado?(Pr. Leandro Quadros)

 MATEUS 12:5 NÃO ABOLIU O SÁBADO?(Pr. Leandro Quadros)


Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?”  

Mateus 12:5 é um texto que é usado para dizer que o sábado foi abolido. Os oponentes comentaram, disseram, que Jesus critica a leitura dos fariseus do Antigo Testamento. E essa é uma grande verdade. Eles foram muito felizes nessa análise aqui, pois, quando Cristo debate com eles sobre a guarda do sábado, Cristo está criticando a interpretação distorcida que eles apresentam sobre o dia de sábado. Mas, se os oponentes parassem só por aqui, eles não entrariam em contradição. Eles atravessam a linha vermelha ao dizer, que neste texto, Cristo quebrou o sábado. Veja, Cristo não pode ter quebrado o sábado. Lógico, nós vemos em João 5:18 que Cristo “quebrantava o sábado”, existe esta expressão. Na visão de quem Cristo quebrantava o sábado? Na visão de Deus, ou na visão dos fariseus? Na visão dos fariseus, pois Cristo não guardava o sábado da forma que eles guardavam, com peso, com fanatismo, com um monte de regras que faziam parte da tradição dos anciãos. Agora, segundo Deus, Cristo não poderia ter quebrado o sábado senão, Heb. 7:26, não poderia estar na Bíblia que diz que nosso Sumo-sacerdote é “santo, inculpável e sem mácula.” Se Cristo quebrasse o sábado seria um pecador, e se fosse um pecador não poderia ser um sacrifício perfeito no seu e no meu lugar. Cristo não poderia ter quebrado o sábado da perspectiva divina, da perspectiva farisaica sim. Na  interpretação deles, de Mat. 12:5, se o sábado foi violado pelos sacerdotes, e ficavam sem culpa, então Cristo também poderia violar o sábado. Em 1º lugar, como disse antes, da perspectiva divina, Cristo não pode ter violado o sábado porque seria um pecador, não podendo ser sacrifício perfeito no nosso lugar. Vou ler alguns comentários da Bíblia de Genebra, que é uma Bíblia que pertence ao protestantismo ortodoxo. Lógico, abrindo um parênteses, a Bíblia de Genebra  defende a observância do domingo. A Bíblia não defende a observância do sábado como dia de guarda. Então, isto fica bem claro para que você não venha a pensar que estou usando a fonte de maneira indevida. Os teólogos que elaboraram a Bíblia de Genebra observavam o domingo como dia de guarda. Mas, tinha uma coisa interessante, eles não criam na abolição do sábado. Eles criam que a santidade do sábado foi transferida para o domingo por causa da ressurreição. Agora veja, uma Bíblia que defende o domingo como dia de guarda, olha o comentário que essa Bíblia faz sobre Mat.12:5 : Tanto o exemplo de Davi como o exemplo do trabalho dos sacerdotes no sábado demonstram o entendimento incorreto dos fariseus. Davi, de algum modo, “violou” a lei escrita, e os sacerdotes toda a semana a “proibição” de trabalhar no sábado, mas não havia culpa. A lei deve ser sempre interpretada em termos da intenção daquele que a deu, e o propósito do sábado é o de desenvolver o relacionamento da humanidade com Deus, e não observar ordenanças arbitrárias. Cristo é contra a observância arbitrária do sábado. Por quê é dito que violavam o sábado e ficavam sem culpa? Porque no sábado era o dia que eles mais trabalhavam. Agora, falaram que o sábado foi abolido. Da perspectiva divina, é óbvio que não. Eles trabalhavam a mais no sábado, mas qual era a natureza do trabalho dos sacerdotes? Natureza espiritual, adoração. Então, eles ofereciam o dobro de sacrifícios no sábado. Nesse sentido, se “violavam” o sábado. Trabalhavam a favor do povo para que o povo adorasse a Deus neste dia. Tenho, também, o comentário de outros observadores do domingo. 

Comentário de Roberto Jamieson / A. R. Fausset / David Brown. Aqui na página 922, eles estão comentando o fato de Cristo ser o Senhor do sábado. Alguns alegam que Ele era o Senhor do sábado e portanto, Ele podia fazer do sábado o que quisesse, inclusive, aboli-lo. Só que esta interpretação é totalmente insustentável. Imagine Ele ser Senhor de um dia abolido. Que senhorio  é esse? Senhorio muito fraco, né. E esses autores explicam o seguinte: “Em que sentido agora o Filho do homem é Senhor do sábado? Certamente, não no sentido de aboli-lo, o que seria um senhorio estranho. Especialmente, logo após dizer que o sábado foi feito, instituído, para o homem. O sentido, ou seja, do senhorio de Cristo sobre o sábado é possuí-lo, interpretá-lo, presidi-lo,e enobrecê-lo, fundindo-o no dia do Senhor( que para eles é o domingo), respirando nele um ar de liberdade e amor antes desconhecido. E portanto, tornando-o o mais próximo possível do sabatismo eterno”. Então veja, mesmo eles sendo observadores do domingo, Jamieson, Fausset e Brown, eles, não entendem que quando Cristo diz que: “É Senhor do sábado”, está agora dizendo que Ele pode abolir o sábado e fazer do sábado o que Ele bem entender. Cristo não agiria contra um princípio moral estabelecido por Ele mesmo na criação. Ele não é contraditório. Simplesmente o texto demonstra que Cristo está corrigindo interpretações errôneas dos fariseus. Também demonstra que eles esqueceram que o sábado deveria ser um dia de observância arbitrária. Esta é a questão aqui de Mat.12.  

Donald A. Ragner, também faz um comentário interessante sobre isto. Ele  diz o seguinte: “As correções que Jesus fez das interpretações equivocadas, visam apresentar o verdadeiro significado da Torá e não abolí-la, como no primeiro momento possa aparecer.” Outro comentário, o de Oscar Culmann, também observador do domingo: “Ele reivindicou com isso, ter autoridade de interpretar corretamente o mandamento do sábado de acordo com a vontade de Deus.” Então vejam, Ele não reivindicou autoridade para abolir o sábado. Ser Senhor de um dia abolido? Não tem lógica. Ele reivindicou ter autoridade de interpretar corretamente o mandamento do sábado de acordo com a vontade de Deus. E o outro detalhe que prova, que aqui em Mat.12 o sábado continuava a ser observado, que Cristo estava apenas corrigindo uma maneira fanática, distorcida e arbitrária de guardar o sábado, nós encontramos em Mat. 24:20  “Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado.” Este texto fala da destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.  E que conselhos Cristo deu para aqueles que enfrentariam essa destruição de Jerusalém que foi realizada pelo Império Romano, sob o comando do general Tito. Ou seja, Cristo está falando aqui, não é que este é o propósito dEle, o propósito dEle  é falar de outro assunto. Mas, Ele está aqui, nos dando a entender, deixando claro nas entrelinhas né, que  no ano 70, isto é, quase 40 anos após a cruz, o sábado continuaria sendo guardado. Ele teria que profetizar aqui: “Olha! Orem para que a fuga de vocês não aconteça no inverno e nem no domingo. “Não tem lógica. Ele disse isso para não ser difícil a fuga, e para não profanar o dia de sábado e, é óbvio que o sábado continuava sendo o dia do Senhor. É irrefutável essa perspectiva aqui de Jesus Cristo, provando mais uma vez que Mat. 12:5 não é nada de abolição do sábado.



Links:


https://www.adventist.org/pt-br/em-que-os-adventistas-do-setimo-dia-acreditam/ 


https://consultoriadoutrinaria.blogspot.com/ 


https://jesusvoltara.com.br/ 


https://youtu.be/l8VyLqdq1U8?si=97RSkL5aIA12swSb


https://youtu.be/d8zvyOi-2jI? si=bXql_Z_z1Hai_tlD

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